02/11/2022
Ah, o Halloween! A tão assombrosamente encantadora época do Halloween havia finalmente batido as portas de Ever After High. Ainda era cedo naquela manhã fria quando os irmãos Grimm aguardavam seus estimados convidados em frente aos portões do grande colégio. O Sol finalmente brilhava após tantos dias de escuridão, enquanto os sons melódicos de passarinhos gorjeando eram substituidos pelos corvos rabugentos que descansavam nos galhos das árvores cujas folhas alaranjadas já coloriam o chão. Giles mantinha em seu rosto um sorriso tão caloroso e radiante quanto o próprio Sol, não fazendo questão nenhuma de esconder sua empolgação para aquela recepção, diferente de seu irmão que mantinha a mesma postura ereta e feição neutra de sempre.
De repente, um grande portal se abre diante dos Grimm. Algo inédito estava acontecendo. Dois mundos se cruzavam, onde monstros e princesas conviveriam em harmonia por alguns dias. A figura de uma mulher alta e elegante se fazia cada vez mais clara perante aos dois homens, ironicamente encantando-os com sua beleza que chegava a ser assustadora. Nora Bloodgood (mais conhecida como Diretora Sem-Cabeça) abre um sorriso cordial a seus anfitriões.
— Senhor Giles, senhor Milton... É um prazer conhecer os... — Antes que pudesse completar sua frase, a cabeça desgruda de seu pescoço como se fosse uma boneca manequim, caindo perfeitamente nas mãos de Milton e arrancando uma gargalhada alta de Giles que não consegue se conter com a face em pleno horror e nojo que seu irmão expressava. — Oh céus! Me perdoe por isso. Acontece às vezes sabe?
A morena riu constrangida antes de tomar de volta sua cabeça e coloca-la no lugar. Em seguida olhou para trás e acenou positivamente como em uma permissão, e foi nesse momento que diversos jovens de aparências belas e monstruosas saíram pelo portal atrás da mais velha. Rostos como os de Clawdeen Wolf, Cleo de Nile, Draculaura, Frankie Stein, Lagoona Blue e vários outros chegavam aos poucos para trazer ao colégio de Ever After mais alegria no momento que todos precisavam de um pouco de suas peculiaridades pessoais. Afinal, o esquisito é fabuloso!

15/11/2022

Era mais um dia em Ever After High, mais uma vez o sol chegava radiante e esbelto com suas cores chamativas em tons de laranja e amarelo forte, uma verdadeira beleza. Nos últimos acontecimentos no reino, havia acontecido um eclipse vindo direto de uma entidade estranha, que ninguém poderia imaginar quem causou aquele desastre infernal que quebrou a cabeça de muitos por longos dias. Tudo acabou por ser resolvido pela fada do sol junto dos outros professores. E assim EAH voltava ao seus trilhos com a rotina normal.

Mais uma novidade havia acontecido, e era a chegada dos monstruosos de Monster High, vindo direto de um intercâmbio, onde iriam ficar um mês e se hospedar por ali para conhecer novas pessoas, ensinamentos, aulas e outras coisas.

Os irmãos grimm haviam marcado muita coisa para aquele mês junto dos professores. Uma dessas ideias era de fazer uma visita a Cabana dos Anões de Courtly Jester. Com base nisso, fizeram de tudo para ficar tudo perfeito e organizado para que todos aproveitem bem o dia na famosa cabana.

No mesmo dia de hoje, acordaram o mais cedo possível reunindo todos os alunos e monstros no salão de eventos. A partir dali, explicaram sobre a visitação a Cabana dos Anões da senhorita Jester, todos haviam gostado da ideia, exceto alguns rostos que demonstravam insatisfação. Logo, todos eram separados e mais tarde por meados de meio dia, todos se uniram em frente ao portão de Ever After High e seguiram rumo a Cabana diretamente a um caminho específico. Esse caminho era através da famosa caverna dos anões de Jester, onde trabalharam a bessa no conto da mesma. Não demorou muito para que chegassem ao local combinado, logo os professores que foram junto a visitação para ficar de olho nos jovens começaram a se organizar para nenhum aluno se perder ou pra caso de ferimentos.

Agora eu lhe pergunto, o que será que sairá através dessa visitação de hoje a queridissima Cabana dos Anões de Courtly Jester? Façam suas apostas, queridos royals, rebels e monstros também.

Point Of View; Apple White in Apple White Voice's; On.

O ato de culpar o outro pelas nossas decepções é cômodo, afinal, é extremamente doloroso olharmos para dentro de nós mesmos e enxergarmos tudo aquilo que abominamos nas pessoas. Está é uma das limitações que todo o ser humano possuí, graças ao ego, ou qualquer outro sentimento que domine nossos pensamentos tão profundamente quanto as sensações positivas, a tendência de amadurecermos com o passar do tempo e, naturalmente, vêm-nos a compreensão de que não existe culpado por nossas dores a não ser nós mesmos, já que muitas decepções são fruto das nossas próprias escolhas, isto é, nós permitimos tudo. White costumava pensar que poderia fazer mais, talvez espalhar coisas sobre sua mãe, qualquer uma das opções, qualquer coisa que fizesse com que as pessoas pensem e tentem lembrar quem ela é. Desde sua chegada em Ever After tem falhado em sua missão e isso faz com que seus pensamentos fiquem ainda mais conturbados. É demasiadamente fácil enxergarmos nossas imperfeições, uma vez que sua mãe a ensinou que nascemos imperfeitos e que não há nada de errado nisso. Entretanto, o mundo, divaga em uma ideia contrária, nos ensinam que precisamos ser bons em tudo e a cobrança que recebemos desde os primeiros anos de nossas vidas cria raízes profundas ao nosso inconsciente, causando verdadeiros estragos em todas as relações afetivas e formas de agir perante certos conflitos.

Guardar uma mágoa advinda de lembranças recentemente dolorosas que nos geraram dor e nos deixaram profundas marcas apenas nos torna reféns de um sentimento que causa a estagnação em nossas vidas, desde o primeiro nevoreio a jovem tem guardado todos os sentimentos e aflições que sente, acumulando todas as vibrações negativas que tem sentido desde o primeiro momento em que a memória de todos fora apagada. A jovem garota de madeixas tingidas havia acordado em um péssimo dia, sua cabeça latejava devido ao pesadelo que teve durante toda a noite e não conseguiu dormir, tendo a realidade distorcida invadindo o universo de seus sonhos tornando o arco-íris em uma tempestade devastadora. Soube do passeio, mas ainda não havia se informado para onde iriam, apenas vestiu uma roupa comum ajeitando seu rosto, cobrindo as olheiras com maquiagem enquanto andava para se encontrar com os outros. Manteve-se afastada enquanto evitava conversar com algumas pessoas, durante todo o caminho ficou com fones de ouvido, então, ainda não sabia para onde estava indo, ignorou todos os alertas dos professores devido a melodia em seus ouvidos. Entretanto, quando saltou para fora agora visualizando o local onde todos estavam, seu coração bateu em uma batida errônea e foi como uma gota para um copo absurdamente cheio, puxar o gatilho para uma arma destravada ou os últimos instantes para que uma bomba exploda. Ao adentrar visualizando os quadros com fotos de Courtly Jester e não os de sua mãe, céus, aquilo foi demais para ela. 

— Chega! Chega, chega e chega... Esse, céus, ESSE É O CONTO DA MINHA MÃE! Em todos os quadros estavam imagens dela com seus anões, não é possível que ninguém simplesmente não consiga se lembrar, ter o mínimo vislumbre! Não dá mais para passar pano, essa mulher, Courtly Jester, roubou o conto de minha mãe e é por isso que ninguém se lembra de mim. Branca de Neve e os sete anões, é assim que deveria ser. 

Esbravejou com lágrimas inundando seus olhos, aos berros para que todos possam escutar, para que finalmente a escutem, não importa se havia sido loucura ou não, apenas começou a falar e não pararia nem por um instante sequer. 

— Não faz sentido! Simplesmente, não faz sentido que todos vocês tenham se esquecido e continuam se esquecendo, não pararam para perceber? COMO CONSEGUEM IGNORAR TUDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO? Pessoas estão sendo esquecidas, a vidas em risco e tudo por culpa nessa mulher! Eu sou a verdadeira filha da Branca de Neve e ela existe, sempre existiu, mas foi apagada e por isso ninguém se lembra de mim. Faz sentido, certo? Uma estranha aparecer e citar sobre um nome que ninguém nunca ouviu falar.

Passou a mão pelas madeixas ruivas demonstrando sua indignação, estava inquieta com seu coração acelerado palpitando tão fortemente que a respiração se tornava escassa. 

— Eu não estou louca, céus, por favor apenas acreditem em mim. Todos vocês se esqueceram porque fizeram vocês acreditarem nisso, esse lugar, os anões, tudo, faz parte do meu conto, dá minha história! E tachem-me de louca, mas cada palavra que eu disse fará sentido. Pensem, simplesmente, pensem!

Aponta para as pessoas presentes, sentido-se mal por ver que alguns monstros estavam acompanhando seu episódio, mas não conseguia se conter, era visível os tremores em todo seu corpo. A raiva, frustração, todos os sentimentos se mesclando. Ergueu sua mão mostrando a marca que agora se encontrava em sua palma.

— Courtly Jester é uma farsa, ela é uma pessoa cruel e maligna que tem aliados, alguém está a ajudando, todos os acontecimentos, o eclipse, nevoeiro... Tudo para que simplesmente se esqueçam da minha existência e de outros colegas, minha mãe a Branca de Neve está perdida em algum lugar e com isso, com meu conto desaparecido, estou ruindo aos poucos e essa marca é prova disso!

— Texto e personagem por Sunny.

Point Of View; Apple White in Apple White Voice's; Off.

Point Of View; Early Ella in Early Ella Voice's; On.

Estranhou tudo isso pois não era sempre que os estudantes iam para um lugar assim, de algum conto. Mas estava contente de fazer algo novo, adora sair de sua rotina mesmo que fizesse o possível para não ter uma. Acompanhou todos, não prestando muito atenção no exterior, estava lidando com seus conflitos internos. Tinham se esquecido dele, do conto dele e não era algo nada fácil, parecia até que tudo não passava de uma brincadeira.

Observava as fotos, toda a cabana, sua estrutura até que sua atenção é direcionada a Apple White. Ela também havia esquecido e comentado sobre. Havia postado também na publicação mas não é como tivesse feito grande coisa, não deram muita atenção ou até não foi levado à sério. Alguns até se ofereceram para ajudar, mas nem o príncipe tinha noção de onde começar. Ajudar para que exatamente e como? Como eles resolveriam os problemas sendo apenas adolescentes?

— É verdade... E Apple não é a única, também fui esquecido.

Não queria deixá-la sozinha ali, ela não estava e precisava saber disso.

— E tem mais gente...

Early mostrou a sua marca para todos igual a garota fez. Era a prova. Será que seria a resposta para tudo isso? Estavam marcados. Estavam squecidos. Provavelmente não seriam os únicos, haveriam mais se não fizessem algo. O que fariam, por céus? Não estavam sozinhos, ao menos sabiam disso.

Point Of View; Mareena Beauty; On.

A garota havia saído do quarto já pronta e soltou um longo suspiro enquanto caminhava para perto dos demais alunos, fora a viagem conversando com a colega pirata e assim que chegaram no local. Pôde observar tudo ao redor, era uma casinha pequena dentro de uma floresta, era tudo tão bonitinho por ali que a menina lembrava-se de sua casa, lhe trazendo tristeza.

Tentou ignorar o sentimento e adentrou o espacinho vendo as fotos, as camas pequeninas que achara uma graça e estava encantada por um coelho que vira pela janela até que teve a atenção voltada para a menina ruiva que via pela rede social e já havia sido simpática consigo.

Suas expressões foram mudando durante a fala de Apple, ficara preocupada, confusa, pensativa e triste, a ruivinha estava passando pela mesma situação. Soltou um ruído e ao ver o rapaz loiro se juntar da esquecida, resolveu fazer o mesmo, afinal, deveriam se apoiar pois eram os prejudicados dessa história. Tendo que conviver com as pessoas que haviam se esquecido e fingir que isso não lhes afetava para não parecerem loucos, doía.

Por isso aproximou-se, mostrando também a marquinha que tinha em seu corpo e era igualzinha a marca dos dois ali. Estavam marcados para serem esquecidos.

— Não nos achem loucos, é verdade e como o loiro disse, Apple não é a única! Não é possível nós três estarmos doidos e isso também não é uma pegadinha... Estamos sendo esquecidos e nossos pais também.

Falou enquanto pegava na mão dos dois ali, não queria mais sentir-se só e esquecida. Queria salvar o seu e o demais contos. Esperava que as pessoas acreditassem nós três ali...

— Texto e personagem por Gab.

Point Of View; Mareena Beauty; Off.

Point Of View; Beowulf Badwolf; On.

Não esperava que hoje fosse um dia complicado, pelo contrário, perante tudo o que estava sendo revelado, queria tirar este único dia para espairecer, descontrair, afastar o caos em que sua mente se encontrava. O instinto de um lobo é forte, e nunca deve ser questionado, mas isso não quer dizer que ele sempre vai estar certo em todas as razões. E com isso, mesmo acreditando nas palavras de Early Ella e Cameron Beauty, ainda tentava encontrar evidências disso. Disposto a "esquecer" temporiamente durante a visita que faria até a cabeça dos sete anões de Courtly Jester, tomou um banho rápido, na tentativa de tirar a camada de sujeira que se fez durante a semana. Molhou os fios, ensaboou o corpo e para finalizar, repetiu todo o processo.

Não demorou muito para que estivesse seco e arrumado, levando em consideração o fato de que queria acompanhar a galera para não chegar atrasado. Sair deste quarto já era um grande passo, afinal, a última vez que deu as caras fora de seus aposentos aconteceu há dias atrás, quando o loiro convidou-lhe para conversar no Just Sing. Quando saiu pela porta, apressou os passos e seguiu ao local combinado, enquanto deixara o quarto abandonado, com um mural cheio de fotos dos estudantes desaparecidos, algumas anotações e possíveis pistas.

A cabana era simples, bonita e poderia facilmente acomodar um grupo pequeno de pessoas. As vontades de Beowulf eram diversas, mas tentou focar no conhecimento a mais que poderia ganhar e não em como aquele minúsculo sofá poderia lhe fazer adormecer em menos de cinco segundos.

Estava muito bem, e até que por um momento conseguiu esquecer sobre o assunto, mas seus olhos seguiram Apple White quando a mesma olhou assustada pelos quadros, mostrando expressões nada agradáveis ao que estava a sua frente. Era isso, a última prova que precisava para sua cabeça ter ciência de que aquilo era real, e não um delírio coletivo. As marcas, aqueles rostos tristes, cansados, ninguém que estivesse prestando atenção levantaria um dedo para contestar e dizer que eles estavam mentindo. O menino-lobo paralisou por segundos, pegando ar, e em seguida, confiante, se aproximou de seu amigo, Early, e tocou no seu ombro, acariciando de leve. Depois direcionou a atenção até a White e sorriu, fazendo o mesmo com todos aqueles que se mostraram vítimas daquela confusão.

— Eu não fui esquecido, mas acredito em vocês...

Levantou a voz, virando-se de frente para todos que observavam. 

— E todos também devem acreditar! Não questionem até que isso aconteça com vocês também, eles não ganhariam nada mentindo sobre isso, então...

Pensou um pouco, coçando a nuca. 

— Precisamos encontrar Courtly Jester!

— Texto e personagem por Gabe.

Point Of View; Beowulf Badwolf; Off.

Point Of View; Aiden Odie; On.

— Acorda, meu xodó...

O moreno cacheado sussurrou próximo aos ouvidos do colega de quarto, de joelhos, com os cotovelos apoiados na cama. Para a surpresa de todos, Aiden não precisou ser chutado de sua cama para acordar naquela manhã de sol jubiloso. Assim que cumpriu o seu objetivo de acordar aquela pessoa de sono leve por meio de palavras propositalmente constrangedoras, levantou-se em um salto empolgado. 

— Notícia relâmpago: vamos para a Cabana dos Anões de Courtly Jester! É, eu sei que tu deves estar pensando "anões não são de ninguém" ou "liberdade para os anões!", mas deixe sua militância de lado.

Abriu o guarda-roupa alheio, pegando um conjunto de roupas milimetricamente dobrado e jogando tudo em cima da cama, inclusive uma peça íntima. 

— E vista-se para esse passeio que definitivamente será um tédio mortal. E lá vamos nós!

Bateu uma única palma, como se fosse um entusiasta, ao contrário das suas palavras ásperas, abrindo a porta e metendo o pé. 1 minuto depois, ele voltou. 

— Ainda não se vestiu? Pensei que meio segundo fosse o suficiente, oras. 

A trajetória até a cabana poderia ter sido tranquila, se Aiden não ficasse o tempo todo atrepando em árvores pelo caminho para pegar frutas e jogar na direção do seu colega de quarto para ele comer. Só não parecia que ele desejava feri-lo porque arremessava para cima e não em linha reta. O tanto de manga azeda que o cacheado colocou para dentro em tão pouco tempo não estava no gibi. Não importava o quanto Shieda tentasse desviar da sua atenção, Aiden grudava como um parasita cujo propósito de vida era sugar a sua energia vital. Ao lado dele, o Odie caminhava saltitante, de vez em outra cantarolando.

— Por que estamos indo para uma cabana no meio do nada? Pode ser que sejamos todos traficados como brinquedinhos de grandes monarcas, oh, yeah!

Cantou, sem ritmo, passando o microfone imaginário para o asiático.

Enfim, chegaram à estrutura de palha e tijolos velhos. Não havia nada de formoso na cabana, mas o rapaz sentia o peso de uma história. Havia algum conflito envolto naquela casa, apesar de não conseguir dizer qual. Opa. Um surto. Toda a sua atenção se concentrou no espetáculo apresentando por uma garota de cabelos rubros, desconhecida. Ha! Ele estava certo, quem diria? Aquela casa tinha mesmo uma história conflituosa. Maldito ser sensitivo de Mama Odie. Outras pessoas apresentaram a mesma história de esquecimento em coincidência com a mesma marca na mão. Por um momento, o semblante do garoto se tornou sério, uma raridade para o rosto sorridente e despreocupado costumeiro.

— Galerinha...

Chamou a atenção, levantando as mãos cautelosamente. 

— Lembre-se que não deve-se contrariar um doido, ainda mais se são vários doidos e um delírio coletivo.

Levantou e abaixou as mãos lentamente para eles em um ato apaziguador. Não havia tom de humor em sua voz. Até ele sorrir. 

— Zombaria! Eu acredito em vós, embora uma mísera marca como prova não seja o suficiente, já que pode ser tatuada em qualquer lugar. Todavia, uma dor tão carniceira quanto a que vós exalam não pode ser atuada.

O sorriso desapareceu ao passo que seus pensamentos começavam a surgir em meio ao desespero crescente em seu peito. Ele não queria sentir aquilo, mas o ambiente o obrigava a sentir toda a ansiedade sufocante dos outros.

— Por que focar em procurar Courtly Jester...

Virou-se para trás, em meio a multidão, sentindo uma onda de nervosismo especial de Giles Grimm.

— Quando podemos questionar um irmão Grimm cuja aura se encontra exclusivamente irritada?

Se aproximou do dito cujo, encarando-o profundamente com um sorriso postiço. 

— Eu posso não ser um empata, mas sou tão sensível quanto Mama Odie. E com certeza ela diria que tu não estás emitindo uma ansiedade de consciência limpa.

Agarrou o ajudante do diretor pelo colarinho. 

— Desembucha, senhor de idade!

Ergueu um pouco mais a voz, mostrando o quão anormalmente alterado ele poderia ficar. 

— Supostamente, para Courtly ter roubado o Livro das Lendas, ela precisaria da ajuda de alguém que conhecesse perfeitamente o castelo e a rotina de Milton. O que seria mais conveniente do que a ajuda de uma pessoa invejosa pela criatividade e sucesso do próprio irmão?

— Texto e personagem por Magno.

Point Of View; Aiden Odie; Off.

Point Of View; Delphini Evil'Thorn; On.

Esquecer. Verbo transitivo direto e pronominal. Perder a lembrança de; não pensar em; olvidar. Deixar escapar da memória; não se lembrar de.

Dragões são seres que tem uma memória duradoura e saudável. É necessário quando se vive por séculos, um bom lugar para se guardar lembranças e emoções, embora sentimentos sejam comumente associados ao órgão que bombeia sangue em nosso corpo, coração. Delphini sempre fora mais mente do que coração, razão ao invés de emoção, sobretudo espírito. Há memórias que merecem serem esquecidas, apagadas de nossas mentes como se nunca tivessem estado ali, tornaria a vida mais fácil. Mas ninguém aprende sem errar antes, uma pessoa sem traumas e tropeços é apenas uma personalidade vazia, o que não torna as experiências ruins mais fáceis de serem vividas. Mas, também há aquelas lembranças que são como tatuagem, feitas para marcar e durar para sempre, memórias que você carrega até o dia de sua morte, e se sente grato por isso. Memórias boas e afetuosas, que provocam um calor nostálgico e confortável no peito.

Delphini era munida de todos os tipos de lembranças, e herdará a sorte de não ser capaz de se esquecer de nenhuma delas. Mas isso não se estendia a outras pessoas. Outras pessoas se esqueciam, se esqueceram do que lhes era importante, e nem tinham se dado conta disso. Mas Delphini sabia, e soube que não estava sozinha quando viu o post de Early Ella no amino. Queria falar com ele. Dizer que passará por algo parecido, mas não conseguiu. Tentou por vezes contatar sua mãe ou Edward, alguém de casa lhe faria bem, saberia como aconselhá-la, mas ninguém lhe ouvia em Andalasia. Talvez também tivessem se esquecido dela.

A vida de Nastya seguiu em um limbo. Não desenhará ou lerá nada nos últimos dias, sua transformação draconiana estava descontrolada e as vezes colocava fogo em suas próprias coisas, sem querer. Por esse motivo não ia mais ao próprio studio de tatuagem. As portas do Draco's estavam fechadas e Delphini não sabia se seria apenas temporariamente. Mas, de um modo ou outro, encontrou alguma força para levantar da cama no dia da Visitação, e céus, agradecia por ter feito isso. A morena ouviu em silêncio o surto de sua própria colega de quarto, Apple White. Teria a achado louca se a própria Evil'Thorn não fosse vítima daquele eclipse que só lhe trouxe memórias ruins. Tudo parecia fazer sentido em sua mente, pouco a pouco as peças começavam a se encaixar. Branca de Neve, Courtly Jester, Apple White. Parecia insano duvidar de uma rainha, mas Courtly nunca havia lhe passado tanta credibilidade como a mais bela de todas, e agora, com a declaração de Apple, sabia que o motivo disso é porque ela fingia ser alguém que não era.

Era estranho que confiasse tão cegamente na White, justo quando crescerá sendo alguém que não confiava em estranhos, mas seu sexto sentido, o draconiano, lhe impulsionava a seguir as palavras da garota com maestria e sentido em sua própria mente. Preocupante. Alguém tinha roubado um legado e agora outros contos estavam sofrendo as consequências. De repente Delphini estava presa em um gigantesco efeito dominó.

— Texto e personagem por Reggie.

Point Of View; Delphini Evil'Thorn; Off.

Era ela. O mistério chegara ao fim. Kyra finalmente encontrara a dona de voz tão aveludada que soava dolosa em sua mente, tentando arduamente fazê-la lembrar de algo que antes não tinha certeza do que se tratava, mas agora...

Muito bem, voltemos ao começo do dia quando os irmãos Grimm reuniram todos para anunciar um passeio turístico. Uau, que empolgante. Certamente não para a Queen, que mal deixava seu quarto desde seu último episódio nas masmorras. A jovem portava-se de headphones no último volume juntamente de um semblante fechado que misturava a raiva e a tristeza num olhar distante. O local por onde caminhavam era conhecido pela princesa do mal, todo o trajeto fazia parte de sua infância quando ouvia que ali era onde seu triunfo começaria, e por isso não sendo surpresa nenhuma quando chegaram até a cabana dos Anões. Porém a surpresa veio com as palavras desesperadas da ruiva que obteve finalmente a atenção de Calithea fazendo-a retirar os fones. Sua voz ecoava em sua mente: "fizeram vocês acreditarem nisso". Pensem! Oras, é tão fácil apenas pensar, não? Certamente que não. Doloroso era assistir toda aquela cena, e quanto mais o tempo passava pior ficavam.

Early Ella era quem tomava a frente mais uma vez, e mais alguns outros alunos que (por motivos óbvios) não se recordava dos nomes, se pronunciavam para acompanhar Apple White nessa jornada contra qualquer força estranhamente poderosa que estivesse fazendo os contos desaparecerem. Eram como uma gangue, ou algo como Os Esquecidos Anônimos. As marcas nos pulsos eram as mesmas para todos. Que cena mais desesperadora... Kyra cobre a sua própria marca com a manga do moletom preto que vestia, afastando-se lentamente de toda aquela confusão. Não estava louca, afinal. Isso era bom? Deveria ser, mas porque não soava bom?

Branca de Neve, huh? Esse nome não soava estranho na mente de Kyra. Quem era essa mulher de quem Apple afirmava com tanta certeza ser protagonista do conto do qual fazia parte? A genitora inexistente de White causava confusões na cabeça de todos naquele momento, enquanto uns escolhiam acreditar cegamente na garota e outros apenas a taxavam de louca assim como os colegas que ganharam voz após seus apelos, Kyra experimentava analisar mais de perto a marca em seu pulso e o porquê de Courtly Jester já não parecer um nome tão familiar. Uma decisão complexa deveria ser tomada para que pudéssemos virar a página para um novo capítulo. Kyra irá adentrar nesse barco que está afundando ou se afogará sozinha?

— Texto e personagem por Padfoot.

Point Of View; Kyra Queen; Off.

Conteúdo por Sunny, Padfoot, Prongs e Reggie
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