A lua cheia cintilante no céu enfeitava a noite de Halloween, a floresta negra sussurrava os mais horripilantes segredos quando o vento agitava suas folhas, e dois jovens curiosos caminhavam na trilha de grama seca e morta, musgos e muitos troncos, um agarrado ao braço do outro.

— Tem certeza de que este é o caminho certo, Hershel?

Um deles questionou, medroso, agarrando-se mais ao braço do primo.

— É claro que tenho, Milk. Você não ouviu a história que a minha mãe nos contou?

O mais alto entre eles, Hershel, respondeu em tom de pergunta.

— A cabana só aparece uma vez por ano, na noite de Halloween quando a lua estiver em seu pico mais alto.

Milk lembrou a história que a tia havia lhes contado.

— Mas... E se nós nos perdermos?

— Por deus, Milk. Quer que eu deixe migalhas de pães pelo caminho?

Hershel já começava a se estressar.

— Funcionou para os nossos pais...

Mas, antes que o baixinho medroso terminasse de falar, eles viram. O imponente, porém modesto e rústico chalé no meio da floresta. Não um chalé qualquer.

— Veja só. A casa das Irmãs Sanderson...

Hershel tomou a frente, abrindo a porta que fez um grunhido horrível e entrando, puxando Milk, que até então estava lá fora tremendo, para dentro do chalé.

— Minha nossa... Olhe! Este é o livro de Feitiços de Winnifred Sanderson.

Hershel se aproximou do livro empoeirado, soprando-o antes de andar pelo resto do chalé. Tirou do bolso um isqueiro para ver melhor, já que naquele ponto a luz da lua não passava da porta.

— O caldeirão onde elas preparavam as poções e... Puxa! A vela de chama negra... Vamos acendê-la, Milk!

Milk arregalou os olhos, negando diversas vezes com a cabeça.

— Quanta burrice, Hershel! Você conhece a história. Em seu último suspiro antes de ser enforcada Winnifred Sanderson amaldiçoou Ever After High, dizendo que algum dia, um virgem acenderia a vela de Chama Negra, trazendo as três de volta e condenando nossa escola. Se elas voltarem, vão sugar as almas de todos os adolescentes daqui, e nós seremos os primeiros!

Milk vociferou.

ESPERE!!!

Acho que pulamos um capítulo importante dessa história... Voltemos para anos atrás, quando Ever After High foi fundada e abriu as portas para a primeira geração de contos de fadas...

Era uma vez uma escola encantada, que aceitava apenas seus alunos mais brilhantes e com potencial de herói, ou vilão... Sanderson é um sobrenome muitíssimo importante para este conto, bem, um sobrenome, suas proprietárias eram Winnifred, Mary e Sarah, a tríade, as Irmãs Sanderson.

Desde que entraram em Ever After High, as irmãs demonstraram grande talento para a vilania, e sempre juntas elas faziam dos corredores desse castelo um verdadeiro show de horrores. Mas, mesmo no mundo dos contos os vilões tem um limite, um que Winnifred, Mary e Sarah ultrapassavam todos os dias. A maldade delas não tinha fim, e quando já adultas rubaram a alma da primeira criança para permanecerem jovens, os irmãos Grimm decidiram que elas não seriam mais bem vindas ali.

As três foram banidas para a floresta negra, onde fizeram seu chalé e sua era de maldades teve continuidade. Nada passou despercebido pelos olhos afiados dos Grimm, e Milton com extremo pesar viu que bani-las não era o suficiente. Ele então as sentenciou à forca, um método nunca antes utilizado em Ever After High.

Em suas últimas palavras, Winnifred Sanderson declarou que algum dia, quando um virgem acendesse a vela da chama negra, na noite de todos os santos, elas voltariam e tomariam a escola. Desde então os Grimm vêm protegendo a cabana que só aparece na noite de todos os santos, nosso adorado halloween, guardando de alunos curiosos que possam vir a se intrometer onde não gostariam. Mas... Naquela noite haviam preocupações maiores, e os olhos de coruja de Milton não estavam sobre o chalé.

Agora, voltemos a acompanhar nossos protagonistas corajosos... Ou estúpidos?

— Ah qual é Milk, não seja chato. Nós nem sabemos se isso é verdade mesmo, é só um monte de " Hocus Pocus ". Vamos acender a vela e conhecer as mães do caos.

Com o isqueiro que tinha em mãos, Hershel acendeu a vela, e quando sua chama se tornou negra um raio cruzou os céus, mas não havia nenhuma nuvem no céu. Hershel sorriu e puxou Milk para fora da cabana, procurando em volta algum sinal das bruxas que era fascinado.

— Droga... Mamãe mentiu.

Hershel resmungou. Mas céus, como ele desejaria estar certo mais tarde. Naquele mesmo momento foi possível ver duas silhuetas paradas em frente a estrada pela qual vieram. Mas... Não seriam três?

Sarah Sanderson cruzava os céus debruçada sobre sua vassoura, cantarolando com a voz aveludada, hipnotizando e encantando os adolescentes de Ever After High. Já em solo, Mary Sanderson farejava astuta.

— Winni... Sinto cheiro de criança.

Ditou para a irmã ruiva ao seu lado, esta sorridente à olhar para as duas crianças a sua frente.

— Por acaso aquilo seriam o que, irmã? Crianças! 

Ela se aproximou, juntando as mãos a admirar o que seriam futuramente, seu passe para a juventude.

— Olá pequeninos…


Winnifred Sanderson as Narrator.

Winnifred sorriu maléfica ao terminar de amarrar os pequeninos na floresta, entrando na cabana e limpando a gargante, levando uma das mãos ao canto da boca para amplificar a voz.

— Liiiiiivroooo.

Cantarolou. O livro empoeirado rapidamente abriu seu único olho, balançando sobre a prateleira até conseguir sair, flutuando diretamente para a mão de sua dona.

— Oh meu livrinho querido, sentiu a falta da mamãe?

O livro se aconchegou ao corpo da mulher que o abraçou, antes de limpar a poeira da capa de pele do livro, saindo de volta para a floresta, onde Mary e agora Sarah estavam.

— Irmãs! Vamos mostrar à Ever After porque eles nunca deveriam ter nos esquecido! Temos até o nascer do sol para capturar as crianças, e seremos jovens e viveremos para sempre!

Arquitetou seu plano maléfico ao lado de suas irmãs fiéis, as três riram alto antes de Winnifred voltar a ficar séria.

— Peguem suas vassouras!

A ruiva entre elas voltou ao chalé, pegando sua fiél vassoura de palha e montando, voando pelos céus acompanhada de suas irmãs. Avistou rapidamente a festa que acontecia, vendo seus alvos, ela sorriu maléfica e pousou no solo com sua vassoura.

— Olhem só isso... O Dia de Todos Os Santos virou uma festa... Vamos mostrar a eles uma lição!

Winnifred acaricou seu livro, pedindo-o para lhe dar um Feitiços não muito cruel, mas ardiloso.

─̸ ֢֢─๋─ Aqui está... Você!

Ela chamou um dos rapazes ali, um vestido de marinheiro.

— Olhe bem e preste atenção, o rapaz bonito vai virar... Um ogro verdão!

Ela riu, e naquele momento a pele de Evan se tornou verde, ele crescerá tanto em tamanho quanto massa e peso, seus dentes se tornaram horrivelmente sujos e suas orelhas viraram tubos, um urro saiu da garganta do rapaz que não conseguia proferir nenhuma palavra que fizesse sentido. Winnifred riu escandalosamente.

— Vejam só essa coisa horrorosa, irmãs.

Beowulf Badwolf as Narrator.

Enquanto aguardava as reações da garota, trouxe a bebida aos lábios e começou a tomar uns goles. Não sabia exatamente o que estava levando ao estômago. O gosto era estranho, saia um pouco de fumaça e era impossível identificar o motivo pelo qual achou ter engolido um olho. Deveria ter olhado antes. Um sorriso largo surgiu nos lábios do lobo assim que a garota Tamaraniana começou a falar, esboçando toda a essência da personagem. Realmente não via diferença entre as duas em questão de personalidade.

— Silkie?! Mas ela já comeu toda o meu estoque de soja, agora o meu tofu?! Só restam meus waffles, e nem pense dizer a ela onde fica.

Mudou as expressões na face, voltando a deixar um sorrisinho definindo-a. Escutou as falas seguintes e afirmou com a cabeça, analisando agora a própria fantasia. 

— Deu uma trabalheira fazer tudo isso, sabe? Nem me fale, eu acho que tem verde demais pro meu gosto, até nas partes mais obscuras...

Acabou distraindo-se ponto de acabar se perdendo nos próprios pensamentos, lembrando das dificuldades que teve por conta da pintura. Fez uma cara de traumatizado.

Tomou consciência e voltou para a realidade, terminando de tomar a bebida. Viu a garota pegando um cachorro quente e tratou de fazer o mesmo, mas ao contrário dela, as dentadas de Beowulf eram grandes. Ele era capaz de comer tal coisa apenas em dois segundos, ou duas mordidas. Talvez tenha aprendido isso com o pai. Não demorou muito para devorar seu primeiro dogão, e depois o segundo, terceiro, até que ouviu as palavras da Mansnoozie, estando atualmente com a boca cheia e empanturrada. Afirmou com a cabeça sobre acreditar de ter visto os companheiros de equipe enquanto engolia, e quando terminou, abriu um sorriso.

— Abençoada seja Silkie, o Robin as vezes é um pé no saco, chatonildo, estraga prazeres. Um dia Cyborg e eu estávamos jogando videogame. Era SUPER importante que a gente zerasse o jogo, mas ele disse: "mimimi vocês precisam treinar mais, o quarteto sinistro tá armando algo mimimi".

Disse, cruzando os braços para entrar no personagem, mas logo deixou algumas risadas escaparem. 

— Acho que estamos levando essa ideia de Jovens Titans muito a sério, loirinha.

A festa superou suas expectativas, afinal, imaginou que não ficaria por muito tempo, mesmo que tenha se esforçado em um nível extremo com tal fantasia. Tudo parecia agradável, perfeito, e ficou melhor ainda quando o lobo-adolescente avistou três figuras chegando no local. Olhou um pouco torto, desejando saber do que se tratava enquanto mantinha-se ao lado de Maya. 

— Ah! Acho que entendi. Vocês são tipo os mágicos em festas de criancinhas? Não acredito que os Grimm contrataram bruxas para nos divertir.

Disse, soltando uma risada envolvida a empolgação. Na sua cabeça, aquelas senhoras realmente permaneciam ali para animar os estudantes como uma proposta dada pelos diretores, então, no momento em que elas transformaram o filho da Fada Madrinha em ogro, não pensou que vingança era uma de suas motivações. Pensava que estava tudo bem, e logo as mesmas trariam ao pobre rapaz sua forma normal. 

— Cuidado, Maya, elas podem transformar você em uma larga gigante, e assim você vai ter mudar sua fantasia de Estelar para Silkie.

Deu continuidade as gargalhadas, não controlando o volume. Então, resolveu bater palmas para as três, como meio de parabenizar pelo show que teriam iniciado. 

— Muito bom, sério.

Sarah Sanderson as Narrator.

A voz doce da loira soava pelos céus de Ever After assim que o ritual da vela fora concluído. Agora qualquer criança e adolescente que estivesse fora do colégio fora encantado para se agrupar com os outros. A gargalhada alta ecoou juntamente com a de suas irmãs enquanto batia palminhas correndo para dentro da cabana para pegar seu... Esfregão? Bom, não era uma vassoura, mas serviria bem.

Sua cara se fechou em uma carranca ao ouvir as palavras do menino lobo, direcionando-se a sua irmã mais velha intrigada com aquilo.

— Winni... Aquele fedorendo está rindo de nós! Me deixa transformar ele num rato bem nojento, deixa, deixa deixa!?

Exclamava com a voz manhosa para a ruiva, que logo se irritou lhe dando a permissão com um grito nervoso. Um largo sorriso se abriu em seu rosto ao ver o feitiço ser realizado. O garoto das presas afiadas agora possuía um longo rabo e sua voz imponente não passava de um chiar irritante. Podiam não ser animadoras de festa, mas Sarah certamente se divertia com aquilo.

Beowulf Badwolf as The Victim

Mary Sanderson as Narrator.

A Sanderson dos fios de cabelo pretos estava animada ao ver o tanto de crianças que haviam por ali naquela festinha de quinta. A mulher controlava sua vassoura trazendo ela ao chão pousando e deixando sobre algum canto.

— Quanta criança bonita... Devem ser saborosas. 

Soltou sua famosa gargalhada batendo as palminhas andando junto de suas irmãs.

Observou as últimas ações que suas irmãs haviam feito em algumas pestes. Riu mais alto ao ver o garoto virando um ogro e um lobo virando rato, parece que o jogo virou, não é? Mary logo começou a procurar pela sua vítima, seu olfato não falhava de jeito algum, andou com seu jeito torto até uma das crianças que haviam por ali, estava vestida de... Um herói com cueca? Se questionou por segundos, mas logo pedia permissão a Winni.

— Winni... Olha só que criança... Exótica? Um super herói de cueca, deve ter um sabor muito bom! Estou pronta para coloca-lo nas minhas receitas. Olhe só o que vou fazer.

Avistou a face da irmã ruiva ficar curiosa e de Sarah que continuava a cantalorar por aí.

— Do mar mais longe, do mais fundo, faça esse garoto, virar um peixe-humano bem fedido.

A expressão de seu rosto logo se transformou em um sorrido maléfico vendo o garoto criar barbatanas de peixes pelo seu corpo, seu rosto ficar com aqueles olhos horripilantes e o seu cheiro ficar insuportável.

— Que fedor... Mas nada que um tempero o resolva.

Riu mais forte ao lado de suas irmãs.

Shane Demi'Théos as The Victim.

Mareena Beauty and Raika Willow as Narrators.

As garotas estavam espalhadas pela festa, cada uma com a sua companhia. A pirata perguntava para o amigo Charlie se queria ir embora assim que acordara do súbito desmaio enquanto Mareena conversava com o rapaz que havia conhecido.

Estava tudo na maior tranquilidade possível até que puderam ver três bruxas no céu, o que era isso? A pirata semicerrou os olhos tentando ver quem eram mas só teve uma boa visão quando as mesmas se aproximaram. Que isso?

Mareena estava confusa e arregalou os olhos ao passo em que viu um dos alunos virar um ogro, que brincadeira era essa? Ia correr na direção de sua colega mas não ouvir uma musiquinha começar a tocar, procurou quem estava a cantar. Seu corpo começara a mover-se na direção da bela voz, parecia estar sendo enfeitiçada ou algo do tipo.

Raika fora a próxima que começou a caminhar na direção da bela voz, encantada pelo que ouvia.

Shane Demi'Théos as Narrator (and victim).

A atenção do semi deus de enfontrava quase que total ao garoto a sua frente ouvindo os dizeres que vinham de sua boca, logo concordava com oque o mesmo dizia enquanto mantinha o sorriso gentil, conversar com o garoto de madeira era algo extremamente agradável, sentiu isso desde que o conheceu na estufa e acabaram por plantar o broto juntos.

— Eu sempre vou na estufa também, Pie, sempre estou de olho no nosso brotinho.

Comentou aquilo com um sorriso doce nos lábios até que de fundo se ouvir uma voz suave que fazia os pensamentos de Shane se acalmarem, assim a atenção do filho de Hércules se voltou em direção de onde vinha a canção podendo ver a figura de três mulheres adentrarem o lugar, Shane estranhou, mas a canção da mulher estava sendo tão boa que o mesmo apenas ficou as observando, mas quando viu o garoto fada Jaden e Beo, o garoto logo serem atacados sentiu a mão do seu companheiro em seu ombro ouvindo sua pergunta

— Eu acho melhor a gente sair daqui, Pie, isso não me parece bom!

Ao que ditou aquilo ao garoto segurou a mão do mesmo, mas quando ameaçou de sair dali sua atenção foi tomada pela figura estranha da mulher de cabelos escuros caminhando tortamente em sua direção, então ouviu os dizeres da mesma negando com a cabeça.

— Eu sou o Superman, isso não é uma cueca, é o uniforme dele e do que você está falando, estranha?

Perguntou aquilo confuso por conta da última parte d sua fala enquanto se colocava na frente de Pierre como se protegesse o seu amigo de quem quiser que fosse aquela, logo começou a ouvir mau uma vez os dizeres da mulher, não faziam sentido, mas ao que olhou para suas mãos o garoto começou a ver as barbatanas e guelras por sua pele fazendo um cheiro insuportável invadir suas narinas.

— Oque você fez comigo?

Perguntou com certa dificuldade na fala ao que olhava em volta e logo para seu corpo vendo mais da transformação, após isso o garoto que não aguentava o próprio cheiro usou sua força para empurrar a mulher mais velha para longe e então segurou a mão do outro garoto que parecia um pouco hipnotizado por conta da cantoria, Shane levou a mão até os ouvidos e então começou a correr puxando o outro garoto pelas pessoas ali presente.

Sarah Sanderson as Narrator.

As gargalhadas ficavam cada vez mais altas conforme o caos se espalhava pela escola. As trancas do salão agora estavam fechadas, além do encantamento musical que a Sanderson caçula havia feito. Ninguém poderia escapar, pois estavam hipnotizados e totalmente sem saída. Dificilmente haveria relutância.

Sarah se divertia com tudo aquilo, até parar seu olhar numa jovem belíssima, de madeixas louras como as suas e um majestoso vestido vermelho. Se aproximou da menor, ficando bem próxima do seu rosto encantada com aquilo.

— Irmãs, vejam! Me sinto como se estivesse me olhando num espelho mágico! Parece comigo mesma mais jovem! Quero ficar assim de novo.

Deu uma risadinha antes de abraçar fortemente a garota e sair rindo em direção a morena vestida de noiva.

— Oh, temos um casameeeento? Certamente precisamos de um noivo então. Mas aonde está o seu?

Questionou a Beauty, fazendo um biquinho tristonho que logo voltou a ser uma expressão contente. 

— Não tem problema! Traremos um para você. Para os mortos-vivos o amor reinará, e agora a noiva cadáver se casará, traga logo um noivo bonitão e faça dela zumbi então!

Ditou o feitiço e logo a pele azulada pela fantasia se tornava realmente zumbificada, enquanto um zumbi agarrava apaixonadamente o braço da pequena princesa.

Mareena Beauty as The Victim.

Mary Sanderson as Narrator.

Olhou sua irmã se comparando com uma jovem que realmente parecia ela mais jovem, Mary estava surpresa, mas se seguirem o plano feito pela sua irmã mais velha, logo estariam mais novas que certos jovens que avistou por aqui. Pra que Omega 3 quando se é uma bruxa de qualidade?

— Ora ora... Quem foi que fez a magia de viagem do tempo? É igualzinha a você irmã.

Levou seu rosto para perto da garota observando bem de perto conseguindo sentir a respiração ofegante.

— Mas não tá de bom tom para meu ensopado de peixe. Logo você estará mais linda que está, Sarah.

Ficou mais cativada ao casamento mais rápido do universo da humana que havia virado um morto vivo se casando com outro morto. Lágrimas falsas saíram do rosto de Mary enquanto ela batia palminhas junto de uma risada.

— Bravo! Bravo! Mas nem chamaram a gente para sermos madrinhas. Estou decepcionada, espero que suas crianças sejam deliciosas. No futuro eu buscarei elas.

Gargalhou mais alto ainda.

Andou em conjunto de suas irmãs entrelaçando os braços e procurando por mais vítimas. Uma que havia lhe chamado a atenção era de uma garota com uma capa roxa, com fios de cabelo colorido para tons de roxo. Mary sorriu maléfica chegando ao lado da mesma que se tremia por inteiro.

— Você parece ser uma bruxa... Você é uma fã? Ou uma hater? Me desculpe, essas gírias novas dos jovens me deixa confusa.

Ditou em tom de decepção. 

— Você deve gostar de voar por aí, já que aparenta ser uma bruxa. A todos os pássaros que voam sobre o céu, levo a vocês uma nova companheira!

A garota que estava vestida de alguma entidade, começou a levitar do chão voando pelo salão inteiro, sem controle algum, um verdadeiro pássaro descontrolado.

— Voe pequena bruxa falsa! Voe! Quando pousar irei lhe buscar para meu ensopado.

Finalizou com mais uma risada maléfica.

Apple White as The Victim.

Winnifred Sanderson as Narrator.

Winnifred se divertia tanto que o ar faltava em seus pulmões e a barriga doía pelas risadas. Precisou de um momento para limpar o canto dos olhos cheios de lágrimas, buscando sua próxima vítima. Avistou entre os alunos fantasiados um que trajava apenas ceroulas, ou algo semelhante. Ela caminhou até o garoto Hood enquanto acariciava seu querido livro.

— Livro, livrinho. O que você tem para este garotinho dorminhoco?

O livro se abriu em uma página que fez o sangue de Winnifred ferver, ou melhor, esfriar. Ela riu e imitou um calafrio, olhando o rapaz sonolento.

— Perfeito. Do quente ao frio, e do alto ao baixo, o menino grande agora tem que tomar cuidado... Com os saltos.

Ela riu, movendo a mão e transformando o rapaz em barata feia e cascorenta. Winnifred se abaixou e o segurou por uma das antenas, fazendo cara de nojo e o pondo de volta ao chão, se levantando.

— Ugh, asqueroso! Irmaaaaas!

Ela chutou o inseto com sua bota, procurando por Sarah e Mary.

Calister Hood as The Victim.

Sarah Sanderson as Narrator.

Os olhos azulados da Sanderson se arregalaram com a audácia do fada em ousar tentar atacar a si e suas irmãs. Felizmente todas as três conseguiram desviar de tal ataque tão medíocre. Sua feição se tornou de uma feliz para de plena raiva em segundos. Ninguém machucaria suas irmãs.

— Ora, seu garoto estúpido e insolente. Quem você acha que é? Acha mesmo que pode contra nós? Pois vou te ensinar a respeitar os mais velhos!

Vociferou raivosa logo encontrando o feitiço que queria no bom e velho companheiro livro.

— Do grande ao pequeno, a fada poderosa agora é a mais fraca. Que esse menino diminua e diminua do tamanho de uma mosca.

E assim foi feito, transformando o Goodfairy em um ser menor que seu dedo mindinho, gargalhando alto com seu feito.

— Ataque! Fuja! Faça alguma coisa!

Repetiu sua fala com o maior tom de ironia possível. Logo voltou para suas irmãs as abraçando feliz por vê-las bem.

— Vocês jovens tem de aprender uma lição. Giles Grimm não os ensinou a valorizar o amor verdadeiro? Ele vivia tagarelando sobre isso na minha época.

Recordou sorrindo ao lembrar da imagem do diretor sorridente e simpático pelos corredores da escola. 

— E que tal... O lobo e o falso cordeiro, do ódio e rancor se transformará um grande amor. Piratas traiçoeiros, não cansam de brigar, mas agora o que o ladrão vai roubar? Será seu coração.

Cantarolou como uma cantiga feliz, enfeitiçando novamente o Badwolf, que dessa vez volta para sua forma humana completamente apaixonado pelo Devil a quem tanto provoca. O mesmo foi feito com Raika e Harley, ambos agora sentiam a necessidade de estar perto um do outro... O máximo possível, se é que me entendem.

— Uhuuul! Final feliz!

Alister DeVili, Beowulf Badwolf, Raika Teach and Harley Naviguer as The Victims.

Mary Sanderson as Narrator.

Bateu palmas ao observar o espetáculo que a irmã mais nova tinha feito com o garoto fada. De ogro a humano, foi de tamanho normal para o tamanho pequeno, o que fez tirar boas risadas dos lábios tortos de Mary.

— Um novo tipo de tempero? Nham nham! Corre moleque, apenas corre.

Ditou se virando ao lado ouvindo o discurso de Sarah sobre tal lição do amor, Mary pensava totalmente o oposto daquilo. Seus olhos se reviraram ao ver os jovens pegos pelo feitiço da loira se amando e logo tomou a fala.

— Mas em meio ao amor, ele pode se tornar uma desgraça, não é irmã? Levem isso como uma nova lição, nem sempre o que é bom vai durar por muito tempo.

Sorriu maléfica se virando para os dois jovens, onde um estava fantasiado de boneco de neve e o outro de algo que Mary não reconheceu possivelmente era a idade batendo.

— Do mais puro amor, ele pode se tornar do mais rancoroso. E que o feitiço os separe para sempre e que possam se odiar pelo resto da vida. Eu os declaro, o ódio e a raiva. Podem se matar.

Gargalhou pedindo para que Sarah fosse da melodia amorosa para raivosa observando os jovens trocando farpas um com o outro.

— Viva ao amor e o odio!

Trevor Frost and Evan de Arendelle as Victims.

Mareena May Beauty as Narrator (and victim).

A princesinha estava tão distraída conversando com o garoto que conhecera que tomou um susto com alguns barulhos antes de ver três bruxas no céu. Arregalou os olhos mas não teve mais nenhuma ação já que estava hipnotizada pela bela voz de Sarah Sanderson.

Caminhava entre os jovens quando de repente, seu corpo começou a desfalecer mas não havia morrido. Só sabia que não tinha consciência igual antes e quando olhou para o lado de maneira lenta, viu o amor de sua vida, um zumbi igual a si.

Parecia que tinham casado e a garota grunhia, se aproximando do noivo.

— Ahnh. Aaaãaannhgghg....

Grunhia a princesa enquanto olhava de forma apaixonada ( se é que dava ) para o bicho ao seu lado que aos seus olhos parecia muito bonito.

— Aahhajjgfhhhsh? Grrrjjhshfaia aaaaaaaãããrrggghhg.

Alister DeVil as Narrator (and victim).

DeVil estava se divertindo na festa, mas precisava confessar que o show que veio depois foi muito mais divertido. Viu o momento em que as bruxas chegaram, de início pensou ser algo planejado, um flash mob ou um teatro de Halloween, mas logo notou que era real. Ficou quieto em seu canto, sabia muito bem que não deveria mexer com quem estava quieto. Mas não conseguiu evitar as risadas ao ver os alunos sendo transformados em ogros, zumbis e principalmente em ratos. Ele gargalhou quando viu Beowulf daquela forma.

─ Não é tão desafiador agora, hu?

Ele sussurrou para si próprio, achando mais do que perfeito a condição do garoto enquanto bebericava seu drink.

Mas então tudo mudou. Ouviu as palavras de Sarah e antes que se desse conta sentiu uma enorme preocupação atingir seu peito, o rapaz largou a bebida que estava em suas mãos, como resultado o copo se estilhaçou no chão. DeVil correu até o Badwolf agora ja humano e o abraçou apertado, segurando seu rosto com uma das mãos enquanto a outra estava em suas costas, averiguando se ele estava bem.

─ Você está bem, amor? Céus! Fiquei tão preocupado.

Ele abraçou o lobo novamente, agora levando a mão aos cabelos do moreno, deitando a cabeça do rapaz mais baixo em seu peito que batia forte.

Harley Naviguer as Narrator (and victim).

O direcionar de seus passos fora tomado pela doce voz que invadiu os ouvidos de muito em questão de poucos instantes, tudo havia se tornado um total breu em sua mente e a única coisa que prevalecia era a vontade de alcançar a dona daquele canto tão cativante. Por fim, após alguns longos passos, se encontrava junto de toda aquela multidão que se encontrava no centro do salão, todos sofrendo de um encanto enquanto o caos tomava conta de todo o lugar.

Foi naquele momento, após o proferir das palavras de Sarah Sanderson, que sentiu seu coração bater mais forte e a primeira coisa que veio em sua mente fora o nome daquela que amava, Raika. Raika, era a única coisa que se passava em sua cabeça, enquanto seus olhos a procuravam freneticamente no meio de toda aquela baderna seu corpo se movia inconscientemente, onde estava sua tão amada pirata?

Foi com o proferir de seu nome que enfim teve visão daquela que dominava seu coração no momento, a garota que logo teve a cintura abraçada pelo jovem fantasiado de Willy Wonka. Harley passou seu indicador pela bochecha da pirata, mantinha seus olhos fixos nos dela, a imensidão verde que os dois portavam nas orbes se misturavam quanto mais o fada aproximava seus rostos, a respiração ofegante e quente de ambos se misturavam e de repente o Naviguer pôde finalmente sentir os seus lábios tomando os da pirata em um leve selar. Satisfação, era isso que sentia, enquanto a vontade de ter Raika para si apenas aumentava a cada segundo, era um fato, Harley estava perdidamente apaixonado.

Apple White as Narrator (and victim).

Ao finalizar a conversa com o garoto trajado de Willy Wonka, aproximou-se da pista de dança desfrutando da presença enlouquecedora de sua banda preferida. Encontrou-se perdida nas melodias viciantes do novo álbum, seus cabelos batendo no rosto enquanto os balançava e pulava ao som da bateria, fixando toda a sua atenção naquela que sempre lhe causava arrepios, dona de um talento genuíno e sua integrante preferida, filha da fera de Bodmin Moor, Caila. Depois de algum tempo ficou quieta observando todos ao seu redor, até que uma movimentação diferente e um canto preencheu o interior da sua cabeça, sentia-se inclinada ao lazer daquela música focando somente nas três irmãs que estavam no meio do salão. Arregalando os olhos ao constatar quem se encontrava na localidade, pelas maçãs fresquinhas, todos estavam na presença das três irmãs Sanderson.

Observou cada uma das frases proferidas pelos lábios das irmãs enquanto pensava no que poderia fazer. "Ensopado de peixe?" ─ a garota se perguntou enquanto escutava atentamente, desejou forçar seus pés para caminhar em uma direção contrária, mas se viu presa em seu lugar enquanto a de cabelos escuros e olhos assustadores se aproximava. Um riso nervoso escapou de seus lábios com a pergunta repentina da mulher, escondeu as palavras espertas que gostariam de sair de sua boca quando sentiu seu corpo tornar-se mais leve e consequentemente tirando-a do chão. O desespero invadiu as feições da jovem enquanto voava pelo recinto, movimentou-se tentando fazer com que algo mudasse ou de fato, a sorte caísse sobre ela novamente.

─ Socorro! Alguém me ajude? Não era assim que eu desejava voar. 

Falou sentindo seu interior embrulhar, tentando se agarrar a qualquer um dos enfeites da festa. Visualizando em seu campo de visão, a poucos metros abaixo de si um garoto que não conhecia. Entretanto, não conteve as palavras que saíram de sua boca no instante seguinte, precisava parar de flutuar. 

─ Pega na minha perna!

As Irmãs Sanderson mostravam que não vieram para brincadeira, seu plano de instaurar o caos sobre a escola estava mais que iniciado e agora, era hora do capítulo final daquele conto. Winnifred tomou a frente ao subir no palco onde um show acontecia, sendo seguida por suas irmãs. A ruiva tomou o espaço de Gabriel que cantava, lhe dando um " chega pra lá ".

— Com licença, fofinho. Obrigado a todos por essa maravilhosa... Recepção.

Ela riu maléfica, olhando Sarah e Mary de relance antes que as luzes do palco se focassem todas em si.

───┄╌╌̷┄ I put a Spell on you, and now you're mine...

Winnifred começou a cantar, sorrindo.

───┄╌╌̷┄ You can't stop the things I do. I ain't lyyyying. 

A voz se tornou mais arrastada e ligeiramente aguda, e neste momento todos os adolescentes ali sentiram a cabeça rodar e a visão ficar turva. 

───┄╌╌̷┄ It's been 300 years. Right down to the day. Now the witch is back! And there's hell to pay. I put a spell on you... And noooow you're miiiiiiiine. 

Mais uma vez a voz aguda e prolongada, agora trazendo um pesar ao coração dos alunos, o aperto no peito.

───┄╌╌̷┄ Sistas!

Winnifred chamou Mary e Sarah para lhe acompanharem, juntas tinham mais poder. As três cantaram e dançaram em cima daquele palco, e enquanto isso acontecia as fantasias de Halloween se prendiam aos seus proprietários, se tornavam reais. Não eram mais costumes para uma festa, agora eram as identidades de seus indivíduos.

— Cantem, dancem até morrerem!

A ruiva entre as três riu, vendo os corpos começarem a se mexer no ritmo da música, a banda que fazia o show continuou a tocar normalmente quando elas sairam do palco, bem a tempo de verem Milton e Giles Grimm adentrarem o salão.

— Sanderson's! Parem agora! 

Milton vociferou. Winnifred desdenhou do diretor, apoiando um dos cotovelos sobre o outro pulso e o indicador no queixo, como fazia quando era mais nova, coisa que o diretor odiava.

— Ou o que, Milton? Vai nos expulsar? 

Ela riu acompanhada das irmãs, enquanto isso Sarah se aproximava do mais alto entre os diretores.

 — Oi Giles... 

Cumprimentou o diretor que sorriu para ela, ligeiramente tímido. Winnifred rapidamente lhe chamou a atenção.

— Quieta Sarah! Irmãs! Vamos mostras a estes diretores o que acontece quando se irrita uma bruxa.

Winnifred abriu seu livro e buscou um encantamento poderoso o bastante para acabar com os Grimm, mas eles foram mais rápidos e mais fortes. Giles e Milton uniram suas forças e poderes como jamais visto antes.

— Vocês não têm poder nesta escola, Sandersons. Nós as condenamos de volta ao lugar de onde nunca deveriam ter saído, o dia de todos os santos acaba nesta página para vocês. 

Milton locutou.

Uma rajada azul escapou das mãos de ambos os diretores em direção às bruxas. Se tornando mais forte a cada segundo que passava. Era quase como um sol em suas mãos, forte e cegante, queimando as bruxas e fazendo-as se dissiparem como poeira, agonizando em um grito ensurdecedor e juras de vingança. Quando elas foram embora os alunos pararam de dançar, cansados, mas o feitiço que elas fizeram ainda em vida não tinha passado, todos ainda viviam suas fantasias.

— O que faremos com eles, Giles? 

Milton questionou.

— Hum... Amanhã é um outro dia, acho que nada de ruim pode acontecer por hora. O que acha de uma xícara de chá? 

Giles respondeu sem preocupações, paciente.

— É tudo que eu preciso agora, minhas costas doem, estou velho demais para usar meus poderes. 

Agora foi a vez de Milton, este levou a mão até sua lombar e esticou a coluna, caminhando ao lado do irmão para seus próprios aposentos.

Conteúdo por Sunny, Padfoot, Prongs e Reggie
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